Eu não consigo expressar qual é o sentimento dos moradores de Santa Catarina. Eu nunca perdi tudo o que eu tinha levado pelas águas ou soterrado pelos barrancos. Eu nunca sai de casa e quando voltei ela não estava mais lá.
Também é difícil explicar o que fazem pessoas deixarem seus lares e suas famílias para ir ajudar aqueles que mais precisam. É assim com várias pessoas em especial com os oficiais da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Várias corporações foram deslocadas para SC auxiliar na busca aos desaparecidos e na ajuda aos desabrigados.
O país inteiro vem se mobilizando, arrecadando roupa, comida, água e vários outros produtos que chega a SC enviado de todas as partes do país. Eu confesso que por mais de uma vez fiquei emocionado vendo a mobilização das pessoas. Até mesmo meu filho disse que queria separar uns brinquedos para encaminhá-los aos necessitados.
Tudo muito emocionante e muito bonito de ver. No entanto, perguntamos: Só na hora da tragédia é que as pessoas não têm o que comer ou beber? Só quando chove forte as pessoas precisam de roupa para vestir ou cobertas para aplacar o frio? Só quando perdemos nossas casas é que temos dificuldade para morar bem?
A leitura que fazemos disso tudo é que seria necessário uma tragédia por mês alternando os estados do Brasil para que todos aqueles que necessitam de a ajuda a recebessem. Ou será que quando o Sol brilha forte ninguém tem fome ou sede?
O papel do Cotidiano Nacional não é só criticar, mas é fazer uma leitura dos acontecimentos com “outros olhos” e ajudar o leitor a pensar sobre como as coisas acontecem e quais são as prioridades das pessoas. Santa Catarina merece toda a nossa atenção e ajuda, mas não podemos esquecer que em todos os lugares do país haverá sempre alguém precisando de ajuda, e muitas das vezes eles não podem esperar que aconteça uma tragédia para que a ajuda chegue. A tragédia para muito deles é diária, só que não passa na televisão. Pensem nisso e boa semana a todos.
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