No momento em que escrevo esse artigo estou acompanhando o debate dos candidatos à presidência dos Estados Unidos, o democrata e atual presidente Barack Obama e o republicano Mitt Romney.
Antes disso, no entanto, acompanhei uma reportagem do Estadão que verificou que os americanos votam pela cor, pela religião, pela idade e pela quantidade de dinheiro nas contas correntes.
Definitivamente os americanos são estranhos. São extremistas religiosos (eles podem), disseminam armas nucleares, para eles e para seus aliados, se metem em tudo e disseminam sua cultura ao redor do mundo, inclusive aqui no Brasil. Se dependesse dos EUA, nevaria no nosso natal, mesmo a 30°C.
O dinheiro deles é parâmetro para todo o mundo e a língua deles já não é mais um diferencial. O mundo inteiro fala inglês. (Não quero ninguém comentando que o inglês é da Inglaterra, tá?)
Confesso que não estou prestando muita atenção nesse debate e passei alguns minutos com ele não função mute (olha o inglês ai), mas eu já não sei se eles são candidatos a presidência dos EUA ou a presidência do Irã, da Líbia, da Síria, da China, do Afeganistão, do Paquistão ou do Iraque. Porque eles só falam desses outros países.
Sabemos que os americanos também tem problemas com a pobreza, o desemprego, desastres naturais, agricultura protecionista, religiosidade de “tapa-olho de burro de carroça”, estados pobres, estados ricos, problemas culturais internos duradouro, como diferenças entre o norte e o sul, seca, chuva em excesso, poluição, dívida externa, etc, etc. Mas será que o americano que não é obrigado a votar vai ter vontade de sair de sua casa para votar em alguém, seja Obama ou seja Romney, para eles mandarem soldados pro Iraque? Ou dizer que o Irã não pode ter armas nucleares? Ou promover crescimento no Afeganistão? Se fosse eu, nem acordaria no dia da eleição. Tentaria dormir até a segunda-feira.
O mais próximo que eles chegaram de falar algo sobre o país dele foi falar de investimentos em empresas e melhorar as relações econômicas com seu principal parceiro no mundo, a China. É tão estranho que quando eles de assuntos que deveriam ser normais, eles parecem estranhos.
Não tenho subsídios para dar meu palpite enquanto pesquisas divulgadas hoje antes do debate apontam empate em 46% para cada candidato. Se eu fosse americano não sairia de casa para votar, porque ambos os candidatos não me deram ânimo para tanto.
Vou aproveitar que os americanos estão em cima do muro e vou ficar também. Penso que Obama consiga um novo mandato mas o governador Romney tem mais “jeito” de presidente, se é que isso conta. Parece que a disputa será voto a voto, principalmente no sistema eleitoral esquisito, leia-se, americano.
Em tempo: ao fim do debate os comentaristas do canal disseram que o americano não curte essa discussão da política externa, mas foi praticamente só o que se falou. Somente no final que saiu algo sobre investimentos e emprego.