Arquivo do mês: outubro 2012

Eleições nos Estados Unidos

No momento em que escrevo esse artigo estou acompanhando o debate dos candidatos à presidência dos Estados Unidos, o democrata e atual presidente Barack Obama e o republicano Mitt Romney.

Antes disso, no entanto, acompanhei uma reportagem do Estadão que verificou que os americanos votam pela cor, pela religião, pela idade e pela quantidade de dinheiro nas contas correntes.

Definitivamente os americanos são estranhos. São extremistas religiosos (eles podem), disseminam armas nucleares, para eles e para seus aliados, se metem em tudo e disseminam sua cultura ao redor do mundo, inclusive aqui no Brasil. Se dependesse dos EUA, nevaria no nosso natal, mesmo a 30°C.

O dinheiro deles é parâmetro para todo o mundo e a língua deles já não é mais um diferencial. O mundo inteiro fala inglês. (Não quero ninguém comentando que o inglês é da Inglaterra, tá?)

Confesso que não estou prestando muita atenção nesse debate e passei alguns minutos com ele não função mute (olha o inglês ai), mas eu já não sei se eles são candidatos a presidência dos EUA ou a presidência do Irã, da Líbia, da Síria, da China, do Afeganistão, do Paquistão ou do Iraque. Porque eles só falam desses outros países. 

Sabemos que os americanos também tem problemas com a pobreza, o desemprego, desastres naturais, agricultura protecionista, religiosidade de “tapa-olho de burro de carroça”,  estados pobres, estados ricos, problemas culturais internos duradouro, como diferenças entre o norte e o sul, seca, chuva em excesso, poluição, dívida externa, etc, etc. Mas será que o americano que não é obrigado a votar vai ter vontade de sair de sua casa para votar em alguém, seja Obama ou seja Romney, para eles mandarem soldados pro Iraque? Ou dizer que o Irã não pode ter armas nucleares? Ou promover crescimento no Afeganistão? Se fosse eu, nem acordaria no dia da eleição. Tentaria dormir até a segunda-feira.

O mais próximo que eles chegaram de falar algo sobre o país dele foi falar de investimentos em empresas e melhorar as relações econômicas com seu principal parceiro no mundo, a China. É tão estranho que quando eles de assuntos que deveriam ser normais, eles parecem estranhos.

Não tenho subsídios para dar meu palpite enquanto pesquisas divulgadas hoje antes do debate apontam empate em 46% para cada candidato. Se eu fosse americano não sairia de casa para votar, porque ambos os candidatos não me deram ânimo para tanto.

Vou aproveitar que os americanos estão em cima do muro e vou ficar também. Penso que Obama consiga um novo mandato mas o governador Romney tem mais “jeito” de presidente, se é que isso conta. Parece que a disputa será voto a voto, principalmente no sistema eleitoral esquisito, leia-se, americano.

 

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Em tempo: ao fim do debate os comentaristas do canal disseram que o americano não curte essa discussão da política externa, mas foi praticamente só o que se falou. Somente no final que saiu algo sobre investimentos e emprego.

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por | outubro 22, 2012 · 11:40 pm

Bananal/SP: um recado direto das urnas

A pequena cidade de Bananal, distante 314 km da capital paulista, figurou nos principais noticiários da TV e dos jornais online por sua eleição disputadíssima e decidida de forma nada comum. Depois de alcançar a mesma quantidade de votos, Peleco (PSDB) perdeu para Miriam Bruno (PV) por causa da idade. Ambos conquistaram 1.849 eleitores, mas Miriam, que já foi prefeita da cidade, foi declarada eleita pois é mais velha.

Mas,aqueles que conhecem o Cotidiano Nacional sabe que não é disso que vamos tratar aqui. Vamos falar do recado mandado pelas urnas bananalenses.

O primeiro recado foi dado em alto e bom som, ou tom, para o atual prefeito da cidade. David Morais (PSB) certamente envergonhou seu pai, o saudoso Tião Diniz, que foi prefeito da cidade por três vezes. Não era um exemplo de governante, mas teve seus méritos. Morais foi um péssimo prefeito, envolvido em alguns escândalos, que chegaram ao judiciário da cidade. Tanto era seu envolvimento, que quando o Promotor deixou a cidade, houve queima de fogos. Talvez ele achasse que poderia permanecer como prefeito e seguir com o seu descaso com a administração pública. Ledo engano. Chegou em último lugar na eleição e perdeu inclusive para o número de pessoas que deixaram de votar. Sairá da prefeitura com o rabo entre as pernas.

Mas o principal recado foi dado a uma vereadora. Pessoa humilde (no sentido de ser pobre), moradora da única favela da cidade, que em mais de uma oportunidade podia ser vista bêbada em um boteco tradicional do bairro do Arranca Barba, conhecida pela alcunha de Bicuda, nome usado inclusive na urna eletrônica. Sua alcunha foi dada por causa dos lábios grossos.

Fui testemunha de uma declaração da vereadora, em uma oportunidade em que visitava a cidade, que disse para quem quisesse ouvir, que não mandou ninguém votar nela. Não é que ela era pretensiosa, porque para isso ela precisava primeiro ter um mínimo de inteligência. Por sua ingenuidade, para não dizer burrice, ela deve ter subestimado o eleitor. A maioria deles são como ela, mas não se brinca com esse tipo de gente.

Resultado: Não chegou nem perto de ser reeleita. Teve míseros 11 votos. Não sei quem é mais inexpressiva, a candidata Bicuda ou a sua votação nesta eleição.

A cidade pode ser pequena. Pode ter seus problemas. Pode carecer de muitos recursos, mas o recado mandado por Bananal precisa ser objeto de admiração ao redor do país.

Prefeito ruim tem que ser execrado nas urnas. Vereador que pensa que o eleitor é otário tem que ser humilhado nas urnas. 

Bicuda foi humilhada nas urnas e perdeu a maior oportunidade da vida dela. Deveria ter olhada o local onde ela mora, a dificuldade que aquelas pessoas passam, e procurar ajudá-las, pois estaria ajudando a si mesma. Ao invés disso, achou melhor achincalhar o eleitor. Perdeu uma oportunidade que ela não vai ter mais nem se pagar. Que sirva de lição, para ela, e para todos aqueles candidatos que não levam a sério o compromisso que devem assumir ao aceitar a empreitada de ser representante do povo.

Que a Câmara Municipal de Bananal, em parte renovada, leve a sério e mais do que isso, honre os votos daqueles que neles depositaram, não só sua confiança, mas talvez sua única esperança de ter uma cidade melhor para todos.

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A lição de Russomano

O candidato Celso Russomano caiu do cavalo. Isso é o que diríamos lá em Bananal. Mas isso as pessoas mais recatadas, porque o certo mesmo é dizer que ele contou com o ovo no cú da galinha.

O candidato do PRB não tem boa memória, porque recentemente Netinho de Paula tomou um cacete nas urnas quando achava que estaria embarcando para Brasília assumir uma vaga no Senado.

Eleições são assim mesmo, se você embarca em uma pesquisa, pode ter certeza que seu destino é o fundo.

Depois de passar a maior parte do tempo em primeiro lugar nas pesquisas, Celso Russomano amargou um “honroso” terceiro lugar nas eleições da maior e mais importante cidade brasileira. Não sei se foram as críticas pesadas, não sei se foram as propostas ou a ausência delas, não sei se foram alguns institutos de pesquisa que chegaram a alugar guindastes para alavancar a campanha do tucano José Serra, e parece que deu certo. Eleitor vai muito por pesquisa. É comum ouvir assim: “mas você vai votar nele, ele só está com 1% nas pesquisas?”.

Não sei o que é pior, nós irmos pelas pesquisas ou eles, candidatos, acreditarem nela, ou forjá-las. Mas o Russomano tanto foi pelas pesquisas que na edição de 30 de setembro do jornal paulista “O Estado de S. Paulo”, em sua primeira página, sua principal preocupação era que ela já estava pensando nas alianças para o segundo turno. Coitado, pensou demais, queimou massa cinzenta e nem sequer chegou ao seu objetivo. Foi definitivamente uma derrota acachapante.

Não que Russomano fosse opção, mas sua derrota nos deu como opção escolher entre José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT). Haja disposição.

Outras derrotas aconteceram nestas eleições, uma em especial, na pequena cidade de Bananal (SP). A cidade está em todos os jornais por causa do empate na eleição, mas nós vamos abordar essa eleição de uma outra forma.

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